O Solitário
Não: uma torre se erguerá do fundo
do coração e eu estarei à borda:
Onde não há nada, ainda acorda
o indizível, a dor, de novo o mundo.
Ainda uma coisa, só, no imenso mar
das coisas, e uma luz depois do escuro
um rosto extremo do desejo obscuro
exilado em um nunca-apazigar,
Ainda um rosto de pedra, que só sente
a gravidade interna, de tão denso:
as distancias que o distinguem lentamente
tornam seu jubilo ainda mais intenso.
Rainer Maria Rilke
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