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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Poesia- Rainer Maria Rilke

O Solitário

Não: uma torre se erguerá do fundo
do coração e eu estarei à borda:
Onde não há nada, ainda acorda
o indizível, a dor, de novo o mundo.

Ainda uma coisa, só, no imenso mar
das coisas, e uma luz depois do escuro
um rosto extremo do desejo obscuro
exilado em um nunca-apazigar,

Ainda um rosto de pedra, que só sente
a gravidade interna, de tão denso:
as distancias que o distinguem lentamente
tornam seu jubilo ainda mais intenso.

Rainer Maria Rilke

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